segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Raio-X Villains - Parte 3



Heróis ou Vilões?

Foram feitos diversos anúncios sobre o que seria o volume de Villains. Uma jornada em que teríamos dúvidas de quem estava do lado do bem e quem estava do lado do mal. Nem tudo é assim preto no branco em Heroes. Personagens como Angela e Bennet sempre transitaram por esses dois lados. Outros como Peter, Hiro, Claire, Matt, Maya e Mohinder, tinhamos por certo de que eram pessoas boas. Nathan gerou algumas controvérias, Sylar era incontestavelmente mal, mas até isso foi posto em cheque nesse volume. Descobrimos também novos vilões que nos revelaram que nem tudo é o que parece.


Heróis até o fim

Foram poucos os personagens que não saíram na linha neste volume. Mas mesmo os bons samaritanos tiveram seus momentos de maldade. Um bom exemplo disso é Matt. Depois de de descobrir que seu poder era mais amplo do que ele imaginava, ele começa a se aproveitar disso para manipular as pessoas a seu favor, sejam boas ou más. As intenções de Matt tem sido sempre boas, mas outros também cometeram algumas (ou muitas) maldades em nome de um bem maior.

Depois de começar sua jornada espiritual na Africa com o Usutu (um personagem que podemos realmente dizer que não era um vilão), Matt descobre um novo propósito na vida: conhecer Daphne e finalmente formar uma família como ele sempre quis. Depois de conseguir convence-la a muito custo a ficar do seu lado, ele também partiu para a corrida para salvar o mundo. Ele, Daphne, Hiro e Ando formaram um time introsado que agradou aos fãs. Eu gostei dessa dinâmica, mas ainda acho que Daphne não combina muito com Matt, ele parece ser bem mais velho do que ela. Talvez ela combinasse mais com o Hiro.

Hiro também sempre teve boas intenções, mas acabou causando mais estragos do que benefícios. Já falamos do primeiro deles, que desencadeiou todos os outros: tirar a fórmula do cofre. Hiro foi alertado por Ando, que tem estado mais esperto que o amigo. Depois do que Hiro passou nas duas primeiras temporadas era esperado um crescimento do personagem, mas não vimos nada disso, pelo contrário, Hiro retrocedeu. E quando ele realmente retrocedeu, chegando a idade de 10 anos, finalmente começou a pensar em seus atos e tomou atitudes mais sensatas.

Claire, também cheia de boas intenções, foi responsável indiretamente pela (possível) morte de Stephen Canfield, pela situação que Sandra e Meredith passaram com Eric Doyle, além de outros contratempos causados por seus atos impensados. No futuro em que Peter veio, Claire está na mesma situação de Bennet, transitando entre o bem e o mal para cumprir seu papel. Mas definitivamente bem mais cruel do que nunca.

E pra finalizar a lista dos heróis, temos Maya, que matou meio mundo por onde passou, mas sem ter essa intenção. Ela tentou a todo custo remover seus poderes, mas acabou sem querer ajudando Mohinder a criar a fórmula que o tornou num monstro. Depois de fugir de Monhinder, mais ou menos no meio do volume, Maya desaparece da série, fazendo apenas algumas poucas aparições depois. Isso deixa a impressão que o personagem deixou de ser interessante para trama. Sinceramente acho que desde a temporada passada ela poderia ter ido embora faz tempo.


Entre o bem e o mal

A transição de lados, tão comentada e prometida nessa temporada, ocorreu com diversos personagens. Isso acabou gerando algumas polêmicas entre os fãs que acabaram não concordando com alguma delas, como foi o caso de Sylar.

Sylar foi o maior vilão da série. Teve apenas um momento de fraqueza na primeira temporada, quando mata (sem querer) sua mãe. Mas um episódio do passado revela que Sylar nem sempre foi mau. Ao começar a desenvolver seus poderes, Sylar se sente mal por uma "fome" que o impulsiona a roubar os poderes de outras pessoas. Sabemos então que ele já estava no radar da Companhia, vigiado de perto por Bennet e Elle, que surpreendemente eram parceiros. Sylar tenta o suicídio por não conseguir conviver com a culpa e não aceitar no que se tornou. Quando Elle o salva, Sylar ganha uma nova chance. Como Elle gostava de Sylar, ela tentou faze-lo aceitar o que ele era, sem ter que se tornar um monstro. Não podemos nos esquecer que Elle também não era nenhuma santa, matava sem dó pessoas que cruzavam o seu caminho.

Esse passado de Sylar serviu para justificar sua momentânea-quase-mudança-de-lados em Villains. Sylar sempre se sentiu só, sabia que não pertencia a lugar nenhum, a família alguma. Quando Angela diz que é sua mãe, ele a aceita, pois ela também o aceita como ele é. Sabemos que foi tudo uma estratégia da matriarca da família Petrelli, que com sua visão do futuro (e uma facilidade para manipular pessoas) tenta trazer Sylar para o seu lado e usa-lo em benefício da Companhia. Nesse momento Sylar começa a entrar no jogo de Angela e assume sua parte na família. Muitos fãs não aceitaram essa mudança em Sylar, achando absurdo ele de repente se tornar "bonzinho". Sylar não se tornou exatamente uma boa pessoa. Ele continuou a roubar poderes e não perdeu seu jeitos sarcástico de falar com seus inimigos. O que estranhou essa mudança foi a falta de explicação inicial de como isso seria possível naturalmente.

Sylar só cai na real quando começa a duvidar de sua verdadeira origem. Bennet é quem tráz a desconfiança, demonstrado, apesar de tudo, que é o único a ser honesto com o vilão. Sylar ainda se reconciliou com Elle, mesmo depois de tentar mata-la ao entrar no Nível 5. O sentimento enterrado entre os dois volta a tona e eles iniciam um relacionamento. Era um casal que combinava, que poderia render ainda muitas histórias na série, mas sem maiores motivos os produtores e roteiristas decidiram acabar com ele. Fato é que a mudança de lado de Sylar deixou os fãs irritados. Também pareceu forçado quando Sylar consegue adquirir o poder de Elle sem abrir a cabeça dela. Estava indo tudo bem até Sylar desconfiar dos Petrellis (até Arthur assumiu ser seu pai) e matar Elle sem mais nem menos, abrindo a cabeça dela (quando ele já tinha o poder, então não tinha nada a ver com a tal "fome"). Quando adquire o poder da moça "detectora de mentiras", Sylar arranca a verdade de Arthur e Angela e volta se tornar tão mau quando antes.

Até agora a morte de Elle não faz sentido. Vendo e revendo este volume, encontramos diversos motivos para Sylar confiar nela. No episódio do futuro tudo indica que Elle é a mãe do filho de Sylar. E naquele futuro, Sylar ainda acreditava que era um Petrelli. A simples desconfiança de que foi traído faria ele matar Elle, que não tinha nada a ver com aquilo? A explicação mais plausível que podemos chegar é que naquele momento Sylar se desiludiu com todas as pessoas mesmo e ponto. Elle foi muito mal aproveitada, infelizmente.

Houve um momento na série em que os lados foram trocados de vez entre Sylar e Peter. Na tentativa cega de salvar o mundo, Peter vem do futuro e inicia o "efeito borboleta" causando estragos no presente sem necessariamente fazendo um futuro melhor. Quando Angela o encontra, após ele ter atirado em Nathan, ela diz que ele estragou tudo. Ela saberia que ele viria, mas não pôde fazer nada para impedir isso. Não com alguém tão poderoso quanto Peter. Primeiro ele disse que o mundo seria destruído quando Nathan revelou a existencia de pessoas com poderes. Depois percebeu que aquele não era o problema, mas sim a fórmula.

Peter tem sido o personagem de maior destaque em Heroes desde o começo. Nessa temporada não foi diferente. Mas a busca por consertar os problemas do mundo fez Peter cometer diversos erros, causando grandes problemas e mudando o curso da história. O tiro que ele deu em Nathan foi responsável indiretamente pelo final desse volume. Mas ao jogar Matt na África, Peter sem querer o coloca no caminho certo. Com isso Claire ficou sozinha em casa e assim se tornou presa fácil para Sylar, que com o poder dela se torna imortal. E depois disso, Claire começa a se cansar de apenas apanhar. Sucessivamente, os atos do Peter do futuro vão piorando a situação do presente. Indestrutível, Sylar entra no Nível 5, o que resulta na fuga de todos os vilões.

Peter ainda tenta consertar novamente seus erros, mostrando ao seu eu do presente como é o futuro que ele quer evitar, sugerindo que ele pegue o poder de Sylar para poder entender onde e o que deve exatamente mudar no passado para evitar o terrível futuro. Mas com isso, Peter assume a "fome" de Sylar e acaba piorando as coisas. Depois de quase matar a própria mãe e perder seus poderes de vez com o abraço em seu pai, Peter começa a voltar a normalidade e consegue agir de forma correta. Ele se coloca numa situação difícil quando sente que matar seu pai irá solucionar seus problemas, mas por sorte Sylar aparece o salva mais uma vez de algo pior. Ele consegue destruir a fórmula e salvar Nathan. Mas não consegue evitar um mal maior que está por vir.

Desde a primeira temporada Nathan luta para ser um político honesto, mas volta e meia é tentado a cometer algum crime para fazer o que é certo. Ele quase permite que sua mãe e Linderman destruam parte de Nova Iorque. Ao final, salva Peter e assim salva a cidade e praticamente todo o elenco da série. Em Generations, o volume 2, ele sofre pelas consequências do que fez e desiste da vida política. Depois de se recuperar, ele coloca Peter de volta ao caminho certo e decide contar ao mundo a verdade sobre as pessoas com poderes.

Mas quando Peter vem do futuro para impedir o pronunciamento e atira em Nathan, uma outra linha temporal se forma, guiando Nathan para o fatídigo final de Villains. Depois de se salvar "por um milagre", Nathan chama a atenção da imprensa, da opinião pública, de outros politicos e de Tracy. Através de Tracy, Nathan chega a verdade sobre a origem do seu poder. Nathan acreditava que Deus havia dado poderes as pessoas para que eles pudessem fazer o bem, atuarem como anjos. Ao descobrir que o poder veio por conta da decepção de seu pai ao saber que ele não tinha nascido com um, os conceitos de Nathan mudam drasticamente. Ele perde a confiança em sua mãe e acaba aceitando a idéia de seu pai, de que dar poderes as pessoas certas acabaria com os problemas do mundo.

Depois de ter seu plano destruído pelo próprio irmão, Nathan já não confia em mais ninguém. É com esse ressentimento que ele entrega ao presidente dos EUA uma relação de todas as pessoas com poderes, alertando que era necessário se protegerem delas. Algo que a Companhia já fazia, mas agora em maior escala.

E outro personagem cheio de boas intenções que foi afetado por suas má decisões foi Mohinder. Ao tentar ajudar Maya retirando os poderes dela, Mohinder acaba descobrindo o inverso e num momento de desespero cai na tentação de injetar a fórmula em si mesmo sem saber no que daria. A princípio tudo funcionou muito bem, Mohinder tinha força e agilidade. Depois começou a sofrer um tipo de mutação que foi o transformando pouco a pouco. Na tentativa de se salvar, e influenciado por sua nova condição, ele ataca seu vizinho, prende Maya, Nathan, Tracy e quem mais conseguisse para fazer seus experimentos.

Mohinder acaba encontrando uma nova esperança de melhora ao trabalhar para Arthur desenvolvendo a fórmula da maneira correta. Mas Mohinder acaba não conseguindo sua cura e é amparado por Tracy.


Maus até o fim
Enquanto uns tentaram redenção, outros manteram a sua "fama de mau".

O grande vilão do volume foi com certeza Arthur Petrelli. Ele mal foi mencionado na primeira temporada, mas o mistério sobre sua morte guardou surpresas para o futuro. Arthur segui a mesma linha de Linderman, mas suas reais intenções nunca foram bem claras. Quando Angela desconfia que ele teria tentado matar Nathan ela decide dar um fim no marido. O que ela não sabia é que a tentativa não funcionou e Arthur ficou na penumbra até conseguir se recuperar as custas do poder de Adam.

Arthur não foi um vilão carismático como Adam ou Linderman, nem conquistou a simpatia do público como Sylar. Ele de fato foi mal aproveitado em Villains, e como sempre acontece quando um personagem não dá muito certo, ele foi morto. Arthur conseguiu tudo o que queria, quando queria e como queria. Isso soou tão forçado que os fãs agradeceram Sylar por dar um fim no homem.


Outros verdadeiros vilões da temporada foram Eric Doyle (o homem que manipula as pessoas como marionetes), Knox (usava o medo das pessoas para lhe dar força), o Alemão (poder de manipular metais), Jesse (super-grito) e Flint (lança-chamas) que parece só gostar de sua irmã Meredith.


Indefinições e mistério

E há ainda outros que ficamos em dúvida, como Tracy, Angela e Bennet. Como eu afirmei antes, Bennet e Angela sempre transitaram entre os dois lados. Neste volume Angela entra em destaque, passando a fazer parte do elenco principal. Recebemos informações importantes de seu passado, que ajudou a entender suas ações no presente. Ainda há muito mistério nas ações de Angela, o que deve ser explorado num futuro próximo.

Nosso Raio-X de Villains está próximo do fim. Ainda vamos trazer um balanço geral da temporada e fazer nossas apostas do que poderá acontecer no próximo volume Fugitives, que a essa altura já deve estar sendo visto nos EUA.

3 comentários:

  1. Review excelente, Amandinha, como é de seu costume. Boa exposição de idéias. Vamos lá:


    - Mohinder devia ter voltado pra Índia no início do volume;

    - Maya devia ter morrido no fim do volume 2;

    - Sylar devia ter permanecido raso e mau do início ao fim;

    - Elle e seu relacionamento com Sylar foram brutalmente destruídos e desperdiçados;

    - Arthur Petrelli nem deveria ter aparecido;

    - Hiro poderia neste volume ser o Hiro amadurecido do futuro, em meio a um caos de vilões soltos causando destruição;

    - A fórmula nunca deveria ter existido;

    - A morte de Adam foi ridícula e desnecessária, poderia ter sido um grande vilão neste volume, ou permanecido no caixão;

    - A morte de Maury Parkman foi igualmente desnecessária, deveria ter permanecido catatônico no nível 5 e nem sequer deveria ter aparecido neste volume 3;

    - Mônica, prima de Micah, deveria ter aparecido;

    - Tracy não deveria ter existido e Ali Larter definitivamente fora da série;

    - Só Angela, Bennet e o Haitiano se salvaram nesse volume.


    That's all.

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  2. Anônimo6:12 PM

    a morte de elle está bem explicada. Não haviam motivos pra Syler confiar nela, ele logo sacou q Arthur estava manipulando ele com ela, que estava sem rumo e encontrou na Pinehearst um refúgio. O encontro deles tem um tanto de "armado", é só ver o episódio de novo

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  3. Oi Amanda!
    Como sempre, vc arrasa nas análises!

    Só neste fim de semana que terminei de ver os volumes 3 e 4, prefiro esperar a temporada acabar e ver tudo de uma vez em casa! =)

    Corri para o seu blog para ver as análises e as impressões dos outros fãs!
    Pelo jeito, a decepção foi geral!
    Muita coisa confusa, sem explicação, sem atenção e consideração aos fãs e a qualquer pessoa que tenha um cérebro e tente dar sentindo aos acontecimentos...Tarefa muitas vezes impossível!

    Pena que a nossa querida série esteja andando por caminhos tortuosos...
    Mas claro que teve muita coisa boa em Heroes, pontos positivos também apareceram.

    Bom, ainda tenho muita coisa pra ler por aqui!
    Bjs!
    Bell

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